Cônjuges de pacientes oncológicos têm maior risco de suicídio

Anualmente, são diagnosticados cerca de 20 milhões de novos casos de câncer no mundo. [1] No Brasil, o cenário também é preocupante. Estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) apontam para 704 mil novos casos por ano até 2025. [2]

Além de todos os desafios já conhecidos da doença, surge uma nova questão: o aumento do risco de suicídio entre cônjuges de pacientes oncológicos. O tema ganhou destaque com a publicação em agosto de um estudo dinamarquês no JAMA Oncology[3] A pesquisa de coorte nacional, que avaliou dados registrados por um período de 30 anos, revela detalhes dessa morbidade oculta associada ao câncer.

Os pesquisadores da Universidade Médica do Sul, na China, do Instituto Karolinska, na Suécia, e colaboradores da Islândia, Estados Unidos e da Dinamarca avaliaram 409.338 indivíduos dinamarqueses cujos cônjuges foram diagnosticados com câncer entre 1986 e 2015. Eles foram comparados com 2.046.682 pessoas da população geral da Dinamarca cujos cônjuges não apresentavam diagnóstico oncológico.

Taxa de suicídio: até 2,5 vezes maior

A análise revelou uma taxa de 62,6 tentativas de suicídio por 100 mil habitantes entre os cônjuges de pacientes com câncer, enquanto, entre aqueles cujos companheiros não tinham esse diagnóstico, a taxa foi de 50,5 por 100 mil habitantes. Isso significa que maridos e mulheres de pessoas diagnosticadas com câncer têm um risco quase 1,3 vezes maior de atentar contra a própria vida do que aqueles que não foram expostos a essa situação.

 
 

Quanto ao suicídio propriamente dito, o grupo de cônjuges de pacientes com câncer apresentou uma taxa de 16,3 por 100 mil contra 11,4 por 100 mil do grupo controle. Nesse caso, o risco foi aproximadamente 1,5 vez maior no primeiro grupo.

A situação foi ainda pior quando os autores consideraram o primeiro ano após o diagnóstico da doença. As taxas de tentativa e de suicídio foram 1,45 e 2,56 vezes maiores entre os cônjuges de pacientes com câncer, respectivamente.

Fonte: https://portugues.medscape.com/verartigo/6511685

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